quarta-feira, 23 de maio de 2012

CHECK UP


Como check-ups podem salvar sua vida

Você já fez seu seguro de vida? Aquele que garante que seu corpo irá atuar bem durante sua vida - se você atuar certo e realizar as medidas preventivas requeridas ao longo do caminho?

Carros, computadores e até secadores de cabelo vêm com avisos e instruções. Mas quais são as medidas preventivas que podem salvar sua vida?
Tipos como David Letterman e Steven Spielberg, ambos já passaram por cirurgias bem divulgadas na época, depois de realizarem alguns exames de rotina. Alguns experts dizem que esses exemplos servem para ilustrar o porquê é necessário que todos realizem os exames de rotina.

Apesar de ser inconveniente e desconfortável marcar uma consulta, check-ups de rotina ajudam o médico a identificar e monitorar seus sintomas e suas condições médicas - aquelas que você está passando e aquelas que podem estar escondidas no seu álbum de família.

Check-ups de rotina

O aceitável para um homem saudável com mais de 50 anos, é se consultar 1 vez por ano, concorda a maioria dos médicos. Dependendo do risco de cada um - como Letterman, que tinha um forte histórico familiar de doenças cardíacas-as consultas anuais passam a ser importantes até antes dos 50 anos.
Esse guia funcionou bem para essas duas celebridades que recentemente se beneficiaram com os check-ups regulares. David Letterman, 52 anos, teve que colocar cinco bypasses em janeiro, depois que descobriu, através de uma angiografia, que suas artérias coronárias estavam obstruídas. Letterman disse que fez o exame, porque tem colesterol alto e um histórico familiar de doenças cardíacas.

Steven Spielberg, também 52 anos, foi operado do rim removido recentemente, depois de uma "irregularidade" encontrada durante uma avaliação. Devido a check-ups regulares, o Sr. Spielberg encontrou o problema logo, evitando possíveis complicações bem mais sérias no futuro. Isso só mostra que estar informado sobre os exames que você precisa, e previnir-se mais cuidadosamente, pode lhe ajudar a viver uma vida mais longa e mais saudável.

Médicos recomendam que as mulheres devem começar a visitar um ginecologista e realizar exames pélvicos anuais quando tornam-se sexualmente ativas ou aos 20 anos. E devem procurar um endocrinologista quando começarem a sentir os sintomas da menopausa ou aos 50 anos.

Homens devem começar a fazer check-ups anuais aos 50 também, que é quando os riscos para doenças cardíacas, infartos e câncer de próstata aumentam.

Histórico familiar

Cada vez mais pesquisas mostram a ligação entre o código genético de cada um e seu futuro quanto à problemas médicos. Saber seu histórico médico familiar vem se tornando cada vez mais importante. Atualmente, com todas as fontes que temos, as pessoas têm que saber sobre sua história. Se você não sabe, tente descobrir através de sua família e parentes.

Sabendo que partes da sua história familiar indicam problemas em potencial, o paciente pode se precaver e o médico pode monitorar mais de perto as implicações mais sérias de reclamações triviais.

Nem todo mundo, por exemplo, tem que fazer um exame de urina. Você não inclui esse exame na avaliação anual a não ser que o histórico familiar do paciente indique esse teste, ou então o paciente tenha reclamações em relação ao seu sistema geniturinário.
Prestar atenção em seu corpo e nos sintomas que você possa estar tendo é importante, mas alguns sintomas não aparecem até o problema estar crítico. Se você sabe seu histórico familiar, você pode ajudar seu médico a diagnosticar esses problemas antes deles evoluírem.

Há um exemplo muito típico, que é o da dor no peito - um sintoma que, muitas vezes, pode evoluir para um ataque do coração. Ao invés de ignorar a dor e deixar para lá, alguém com um histórico familiar sobre o assunto deve estar mais alerta e procurar se cuidar. Ao contrário, uma pessoa sem história de doença cardíaca na família, tem menos probabilidade de que essa dor no peito, seja de causa cardíaca.

Editora responsável: Dra. Elisabete Almeida - drabetty@lincx.com.br

Colesterol e triglicérides Colesterol


Existe uma substância nas nossas células chamada "bom colesterol". É um nutriente indispensável para a manutenção das membranas celulares, da síntese da vitamina D, além de ser constituinte de hormônios como o estrógeno e a testosterona.O corpo necessita apenas de um pouco para que os órgãos funcionem normalmente. Mau funcionamento do organismo, vida sedentária, alimentação inadequada, fazem com que essa gordura aumente e se acumule nas paredes dos vasos sangüíneos, obstruindo as artérias e dificultando a passagem do sangue. Se esse aumento não for controlado a tempo, pode ocasionar ataques do coração e derrames cerebrais.

Tipos de colesterol

Existem três tipos de colesterol no sangue:
  • HDL: É o colesterol de alta densidade, também chamado de "bom colesterol" porque impede que a gordura se acumule nas artérias.
  • LDL: É o colesterol de baixa densidade, também chamado de "mau colesterol" pois, em altos níveis, pode aumentar o risco de ataque cardíaco ou derrame cerebral.
Modernamente, sabe-se que o perigo não está nos índices de colesterol total, mas na alta proporção do colesterol "ruim" em relação ao bom colesterol.

Recomendações para a dosagem de colesterol
  • Todo adulto com mais de 20 anos deve submeter-se a uma dosagem de colesterol total (CT) e de HDL. (O diagnóstico se faz por meio de exame de sangue, que é simples, seguro e barato)
  • Se o paciente apresentar CT (Colesterol Total < 200 mg/dl e HDL > 35 mg/dl) nova dosagem deve ser feita em 5 anos.
Níveis perigosos de LDL: acima de 160
Limite: 130-160
Meta para pessoas de alto risco: abaixo de 95.

Os níveis de colesterol, em crianças e adolescentes, fazem prever os níveis nestes indivíduos quando adultos. Como a correlação não é linear, aconselha-se que a dosagem seja feita apenas para pacientes de risco aumentado, ou pertencentes a famílias com história de doença cardiovascular.

Triglicérides

As triglicérides funcionam como reserva de energia, mas sua taxa no sangue pode ser aumentada pela inatividade, excesso de peso, alimentação rica em carboidratos refinados (álcool, doces, massas, pão branco). Se o paciente apresenta outros fatores agravantes como diabetes ou tabagismo, corre o risco de doença coronariana.

Níveis perigosos: acima de 200
Níveis desejáveis: abaixo de 200
Meta para pessoas de alto risco: abaixo de 70

Como taxas elevadas de colesterol e de triglicérides não apresentam sintomas, só o exame de sangue poderá revelar a presença de gordura no sangue.

Homocisteína

Após a ingestão de uma refeição rica em proteínas, a quantidade de homocisteína, aminoácido modificado, eleva-se no sangue. Altas concentrações dessa substância geram problemas para as artérias.

Níveis perigosos: acima de 14
Limite: 10-14
Meta para pessoas de alto risco: abaixo de 10.



Lipoproteína A

Altos níveis de lipoproteína A são problemáticos quando acompanhados de altos níveis de colesterol, pois impedem que os coágulos se dissolvam, aumentando assim, os riscos de um infarto.

Níveis perigosos: acima de 25
Limite: 15-25
Meta para pessoas de alto risco: abaixo de 15



Tratamento

O tratamento consiste, inicialmente, em
  • Dieta com restrição de gordura (leite desnatado, carnes magras, frango sem pele, peixes, frutas, vegetais).
  • Adição de fibras (aveia, farelo de trigo)
  • Exercícios físicos regulares.
Se o nível de colesterol não baixar, o médico recomendará drogas redutoras em forma de medicamentos adequados.
Recomendações

Fumo e álcool para quem tem colesterol alto podem ser graves fatores de risco.
Lembrete

Quanto maior a taxa de colesterol, maior a probabilidade de pressão alta.

Editora responsável: Dra. Elisabete Almeida - drabetty@lincx.com.br

HIPERTENSÃO


Como se investiga a hipertensão?

Se você estiver com hipertensão, seu médico fará um exame físico detalhado e providenciará para que você faça uma série de exames que podem incluir exames de sangue e urina e um eletrocardiograma (ECG). Os casos mais graves de hipertensão serão encaminhados a uma clínica especializada de um hospital para outro exame.
Há três motivos principais que comprovam a necessidade de exames e investigações, quando você apresenta altos níveis de pressão arterial:
  • Para verificar seus níveis de colesterol. Se você tiver um alto nível de colesterol e ainda hipertensão, seu risco de desenvolver uma doença cardíaca é correspondentemente maior e você necessita de tratamento para fazer com que ambos, seus níveis de pressão arterial e de colesterol, voltem ao normal.
  • Para investigar doenças graves subjacentes, ocasionalmente, a hipertensão pode ser causada por certas doenças do rim e por algumas doenças extremamente raras das glândulas adrenais que se situam sobre cada rim.
  • Para verificar algum dano no coração ou nos rins. Isto pode ocorrer depois de uma hipertensão prolongada e sem tratamento. Assim, os exames de sangue são feitos para medir a função renal e um eletrocardiograma (ECG) é feito para se verificar se o coração foi afetado.
Exames de rotina

Todas as pessoas com pressão alta precisão fazer um exame de urina bem simples; uma pequena amostra de sangue também é retirada e geralmente um ECG é feito. Entretanto, primeiramente o peso é verificado e, caso seja necessário, você pode ser aconselhado a perder peso para reduzir a sua pressão arterial. Em seguida, seu médico examinará seu coração, pulmão, tórax e abdômen e o pulso arterial em suas pernas. Este exame clínico indicará se a hipertensão afetou seu coração ou rins.


Efeitos sobre o olho
Esta fotografia da retina de um paciente com hipertensão mostra que as pequenas arteríolas (vermelho-pálido) estão dilatadas e restringem o fluxo de sangue nas veias com as quais se cruzam.

O tipo de lesão no coração que é chamada de insuficiência cardíaca resulta na retenção de líquidos que ocasiona líquido no pulmão e pode ser auscultado com o estetoscópio.
A lesão nos rins só pode ser diagnosticada pelos exames de urina e sangue.
Se sua hipertensão for muito grave, o médico provavelmente usará um aparelho chamado oftalmoscópio para ver o fundo do seu olho (retina) onde é possível avaliar os pequenos vasos sangüíneos. Na hipertensão moderada, estes vasos apresentam somente pequenas mudanças, mas na hipertensão aguda pode haver hemorragia na retina e áreas de lesão algodonosa.
Após o exame clínico, será pedida um pequena amostragem de urina para exame. Se for encontrado açúcar na urina, existe a possibilidade de você estar com diabetes; se for achado proteína, isto pode significar que você está com alguma condição especial no rim. Os exames de sangue são feitos para medir o seu nível de colesterol e para testar o funcionamento de seus rins. Se os rins não estiverem funcionando bem, os níveis de uréia e creatinina no sangue começam a subir. Além disso, os níveis de sódio e potássio são medidos. Eles não são normais em pessoas cuja hipertensão é devida à retenção de sódio causada por um pequeno tumor benigno da glândula adrenal; esta condição é chamada de síndrome de Conn.

Eletrocardiograma

Outra investigação de rotina que é feita é o eletrocardiograma, ou ECG, que registra a atividade elétrica do coração.

Registro de ECG
Para registrar um ECG são colocados eletrodos (placas condutoras) sobre a pele para fazer-se a conexão. O padrão dos impulsos elétricos do coração é registrado em uma fita de papel em movimento.


Um eletrocardiograma tem dupla função. Primeiramente ele proporciona um índice indireto do tamanho do coração. Quando a pressão arterial é muito alta, o coração aumenta para poder agüentar a carga excessiva, o que ocasiona o aumento de voltagens no ECG. Isto se chama hipertrofia ventricular esquerda (ou HVE) e é muito importante.
Quando se verifica que uma pessoa tem hipertrofia ventricular esquerda, sua necessidade de tratamento para abaixar a pressão arterial torna-se urgente, pois, a HVE indica que o coração está fazendo um esforço significativo para agüentar o esforço de bombear sangue pelo corpo sob uma pressão ampliada.
A Segunda razão para que se faça o ECG é que ele pode mostrar mudanças sugestivas de um estreitamento ou bloqueio das artérias coronarianas que suprem o músculo do coração. Este processo é chamado "isquemia" e pode ser vistos em algumas pessoas que sentem dor no peito (angina), quando em movimento. Mesmo que nunca tenha tido sintomas de angina e não tenha razão para pensar que tenha sofrido um ataque cardíaco, você pode apresentar sinais de mudanças isquêmicas, e estas devem ser verificadas.

Testes adicionais

Todos os hipertensos, virtualmente, necessitam das investigações de rotina mencionadas acima. Você só necessitará exames mais detalhados, que geralmente são feitos em ambulatórios de hospitais, se sua hipertensão for grave e seu médico suspeitar que você tenha uma condição subjacente que seja responsável por seus problemas de pressão arterial.
Dois ou 3% dos hipertensos podem apresentar condições médicas subjacentes responsáveis pelo aumento da pressão arterial. Estas são doenças dos rins e da glândula adrenal. Em ambos os casos, você será encaminhado a uma clínica especializada de seu hospital local.
Outros 3% ou 4% das pessoas têm hipertensão grave que necessita de mais investigação e os cuidados de um especialista em pressão arterial alta.
A grande maioria dos hipertensos não fazem e não devem ir a o hospital por causa da hipertensão, podendo ser tratados pelo clínico-geral. Há uma variação significativas na proporção dos pacientes que são encaminhados à clínicas dois hospitais, dependendo da disponibilidade de serviços locais e de médicos especialistas em pressão arterial. Depende da política individual de cada clínico-geral a indicação e atendimento hospitalar. Alguns preferem encaminhar seus pacientes somente uma ou duas vezes para uma avaliação completa no hospital e depois continua a cuidar dos casos, enquanto que outros somente encaminham casos muito difíceis para o hospital.

Visitando uma clínica do hospital

Somente uma pequena minoria de hipertensos necessitam do atendimento em clínicas especializadas de hospitais. Geralmente estas pessoas sofrem de hipertensão associada com outras complicações, tais como doenças do coração ou do rim, outras cuja pressão arterial é de difícil controle ou aquelas em que o clínico-geral suspeita de uma condição subjacente causando a hipertensão.
A suspeita de uma causa subjacente motivar a hipertensão baseia-se na presença de proteína na urina ou exames de sangue com resultados anormais que mostraram uma evidência de deterioração na função renal. Além disso, se os níveis de potássio estiverem muito baixo, isto aumenta a possibilidade de que haja um distúrbio subjacente das glândulas adrenais.
Você também será encaminhado a uma clínica de hospital se sua pressão arterial variar muito de minuto a minuto, ou de hora em hora, ou mesmo de dia em dia. Há uma condição extremamente rara, chamada feocromocitoma, causada pela secreção intermitente de grandes quantidades de adrenalina e noradrenalina por um tumor na glândula adrenal. Quando você for a uma clínica, provavelmente terá de repetir alguns dos exames de sangue já feitos pelo seu clínico-geral para confirmar a anormalidade. Se houver uma suspeita de que você tenha síndrome de Conn, na qual a hipertensão é o resultado do excesso de um hormônio chamado aldosterona, o médico do hospital pode optar por fazer uma medição em seu sangue para verificação.
Para excluir qualquer forma de doença renal, geralmente é feito um ultra-som, que investiga o tamanho e a forma dos rins. Este método esta cada vez mais tornando-se um exame de rotina para os hipertensos porque é seguro e não causa nenhum desconforto. Uma coleta de urina de 24 horas também pode ser pedida para que se meça sua produção de adrenalina e noradrenalina. Níveis elevados podem indicar que você tem feocromocitoma.
O médico da clínica pode também medir o tamanho de seu coração por meio de ecocardiograma, que é um tipo de ultra-som do coração. Freqüentemente, as pessoas são encaminhadas para uma clínica de hospital porque a pressão arterial vem se mostrando um pouco resistente ao tratamento, e o médico do hospital pode, neste caso, optar por modificar as combinações ou fórmulas de medicamentos para obter um melhor controle da pressão arterial.
Uma vez que sua pressão esteja controlada e tudo em ordem, você deverá deixar os cuidados da clínica e voltar ao seu clínico-geral, retornando ao hospital somente se aparecer um problema.

Pontos centrais

  • Todas as pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial deveriam fazer exame de urina e de sangue e um ECG.
  • Apenas uma minoria dos pacientes precisa ser encaminhada às clínicas especializadas em hipertensão para maiores investigações.
Fonte: Guia da Saúde Familiar - revista ISTOÉ - Volume 13 - 02/2002

ENXAQUECA


O que causa a enxaqueca?

Os vários sintomas da enxaqueca geraram uma série de teorias a respeito da sua causa. Atetaeus da capadócia (30-90d.C.) atribuiu essa condição ao clima frio e ruim.
Galeno acreditava que ela era causada por uma irritação no cérebro pela bile negra. Serapião, no século XI, a atribui ao transporte para o cérebro de substâncias quentes ou frias do trato intestinal.

A teoria vascular

Foi só no século XVII que argumentos mais científicos foram considerados. Thomas Willis tinha consciência de muitos dos desencadeantes da enxaqueca, incluindo a dieta. Ele também especulou que a dor de cabeça da enxaqueca poderia ser resultado da expansão dos vasos sangüíneos da cabeça. Essa teoria vascular permanece até os dias de hoje e, de fato, muitos tratamentos para a enxaqueca agem contraindo os vasos dilatados.
No final do século XVIII, Erasmus Darwin (avô do Charles Darwin) sugeriu que rodando um paciente numa centrífuga o sangue seria forçado da cabeça para os pés, o que aliviaria o inchaço dos vasos. Felizmente, esse tratamento não foi posto em prática. O cérebro durante um ataque de enxaqueca Ainda há controvérsias a respeito da causa precisa dos ataques de enxaqueca e seus efeitos no cérebro. Durante um ataque, as artérias na cabeça sofrem primeiro constrição (estreitamento) e daí dilatam (tornando-se anormalmente inchadas), causando um distúrbio no fluxo sangüíneo para o cérebro.

Teorias neurológicas

Em 1873, Edward Lieving teorizou que a enxaqueca era causada por tempestades neurais, ou descargas, originadas no cérebro. Outros pesquisadores adotaram argumentos neurológicos semelhantes. Isto levou a debates continuados, às vezes acalorados, de qual das duas teorias - a neurológica ou a vascular - era correta.
Hoje em dia, os médicos concordam que ambos aspectos são importantes. Certamente, as alterações no calibre dos vasos sangüineos podem ser responsáveis por ao menos algumas das características de um ataque, mas esses eventos parecem ser iniciados por outras mudanças dentro do sistema nervoso.

Neurotransmissores

Mais recentemente, os cientistas têm estudado o papel de certos mensageiros químicos dentro do cérebro chamados de neurotransmissores. O papel da serotinina (também chamada de 5-hidroxytriptamina ou 5HT) tem sido fortemente citado nas pesquisas. Mudanças mensuráveis na concentração desta substância ocorrem durante um ataque de enxaqueca assim que ela é liberada dos seus sítios de estocagem dentro do corpo.
Descobriu-se que uma injeção de serotonina não pode ser usada como um tratamento porque causa muitos efeitos colaterais inaceitáveis. Contudo, muitas das medicações usadas no tratamento da enxaqueca têm alguma ação sobre as vias serotoninérgicas do cérebro.

Pontos centrais

De acordo com a teoria vascular, a dor de cabeça da enxaqueca resulta da expansão dos vasos sanguineos na cabeça As teorias neurológicas sustentam que a enxaqueca tem uma base neurológica - mudanças dentro do sistema nervoso.
Certos mensageiros químicos no cérebro, chamados de neurotransmissores, foram recentemente implicados, notadamente a serotonina ou 5-hidroxitriptamina. Muitas das drogas usadas no tratamento da enxaqueca têm alguma ação sobre a serotonina.
Texto extraído do GUIA DE SAÚDE FAMILIAR da revista ISTOÉ de 06 de 2001 

CÂNCER DE PULMÃO


Tire suas dúvidas sobre câncer de pulmão

Câncer de Pulmão é...

...o crescimento anormal e incontrolado das células dos pulmões.
O fumo é considerado o maior causador desse tipo de câncer. Os pulmões são dois órgãos situados na cavidade do tórax.
Parecem esponjas e são responsáveis pelas trocas gasosas do corpo, isto é, aspiram oxigênio e expelem gás carbônico. O pulmão esquerdo é menor do que o direito, pois cede espaço ao coração.
A maior parte dos cânceres pulmonares começa no revestimento dos brônquios. Mas também pode se iniciar na traquéia, bronquíolos ou alvéolos.
O câncer pulmonar é a principal causa de morte por câncer entre homens e mulheres.
A melhor maneira de se prevenir contra essa doença tão terrível é não fumar!

Por que existem tantos casos de câncer pulmonar?

Especialistas consideram o fumo como o maior responsável por esse tipo de câncer (85% à 90% dos casos). O não fumante que aspira a fumaça alheia, também está incluído nesta
estatística. Por isso, todas as pessoas, especialmente bebês e crianças, não devem ficar expostas à fumaça de cigarros. Se pretende engravidar e é fumante, pare 6 meses antes. Essa orientação também serve para o companheiro. Caso contrário o filho já nasce com nicotina nos pulmões.

Quais os sintomas do câncer pulmonar?

Os sintomas só aparecem quando a doença já está avançada. Somente 15% dos casos são encontrados em estágios iniciais. É um tipo de câncer que cresce lentamente até ser
visualizado pela radiografia. Geralmente, quando se detecta o tumor, a disseminação do câncer já ocorreu.
Mas, vale a pena ficar atento a estes fatores:
· Tosse que não cessa
· Catarro com sangue ou manchas de ferrugem
· Rouquidão
· Perda de peso e apetite
· Dor no peito
· Falta de ar
· Febre de razão desconhecida
· Infecções recorrentes, como bronquites e pneumonias



Fatores de Risco

Os fatores de risco não são a causa do problema, mas aumentam a chance da pessoa desenvolver câncer. São eles:
· Ambiente de trabalho insalubre e poluição atmosférica
· Fumo: Além do cigarro ter, em sua composição, outras substâncias que provocam câncer, o fumo esgota as reservas de vitamina C do corpo, comprometendo a imunidade natural do organismo.
· Hereditariedade: Casos de câncer de pulmão em parentes próximos (pai, mãe e irmãos) duplicam a chance de desenvolver um.

Quais exames detectam o câncer?

Tomografia computadorizada - pode fornecer informações mais precisas do tamanho, forma e localização do tumor.
Raios-X e Tomografia computadorizada - são importantes para verificar se o câncer já se espalhou para outras partes do corpo.
Biópsia de agulha - remoção de uma amostra da massa do pulmão, por meio de agulha guiada através de exame de tomografia computadorizada, e levada para análise ao microscópio.
Broncoscopia - tubo flexível e iluminado, passando através da boca, para dentro dos brônquios, em busca de tumores centralizados ou bloqueio desses brônquios.
Mediastinoscopia - através de pequeno corte no pescoço recolhe-se amostra de tecidos dos nodos linfáticos ao longo do tubo bronquial, que é levada para exame em microscópio.
Raios-X do tórax - para localizar massa ou nódulo nos pulmões.
Citologia de escarro - estudo das células do catarro ao microscópio, para procurar células cancerosas.

Qual o tratamento para câncer de pulmão?

Existem muitos tipos e subtipos de câncer pulmonar.
Seu médico, através do resultado dos exames, poderá dizer qual o tipo de câncer e em que estágio se encontra, para então definir qual o melhor tratamento.
Para cada estágio há um tipo diferente de tratamento:
· Cirurgia.
· Radioterapia.
· Exposição a raios dirigidos de alta energia que atacam as células cancerosas, impedindo-as de se reproduzirem.
· Quimioterapia.
· Uso de medicamentos para combater o câncer.

Seu médico pode optar também pelo uso combinado de várias terapias.
Alimentação Saudável combate o câncer!
A dieta preventiva contra o câncer é feita à base de frutas, verduras, legumes e grãos com baixa quantidade de gorduras e calorias.
Morango: Rico em Vitamina C, fibras e licopeno. Combate os radicais livres e reforça o sistema imunológico. Fumantes precisam de quantidades maiores de vitamina C. Por ser uma vitamina hidrossolúvel, necessita de água para ser transportada e eliminada pelos rins. Excesso de vitamina C, sem uma ingestão adequada de água pode provocar cálculos renais.
Outras fontes de vitamina C: Kiwi, acerola, limão, laranja, tangerina, pimentão, salsinha e espinafre.

A nutrição adequada e sem toxinas químicas ajuda o corpo
a ter resistência natural ao câncer.

Editora responsável: Dra. Elisabete Almeida - drabetty@lincx.com.br

terça-feira, 15 de maio de 2012

Desengasgo adulto e criança

Como salvar uma vida com a manobra Heimlich

Não é sempre que temos a oportunidade de salvar a vida de alguém, mas, quando a situação aparece, é importante saber o que fazer. Quando Cody Gelling, de nove anos, encontrou seu irmão de três anos Logan engasgando, se lembrou de uma aula de primeiros socorros que tinha feito. Depois de tentar bater nas costas do irmão e não conseguir melhorar sua respiração, Cody realizou a manobra Heimlich – conseguindo tirar um pequeno anel que estava engasgando Logan. “Isso mostra que nunca sabemos quando precisamos (do conhecimento de primeiros socorros)”, afirmou o instrutor de primeiros socorros de Cody.
Logan Gelling faz parte agora de uma longa lista de pessoas que foram salvas pela manobra, criada pelo médico Henry Heimlich em 1974. Ele era um cirurgião torácico, e desenvolveu a técnica ao descobrir que o engasgamento era a sexta causa de morte mais comum nos Estados Unidos. Heimlich então criou a manobra que levou seu nome, que tenta tirar a obstrução da garganta ou traquéia ao utilizar a força do ar que fica preso nos pulmões.
A técnica induz uma tosse artificial que expele o objeto que esteja bloqueando a respiração da vítima.
Quando uma pessoa está engasgando, a técnica ensina que deve-se posicionar atrás na pessoa, fechar o punho e colocá-lo com o polegar estendido entre o umbigo e o osso externo, fazendo força com a outra mão. A pressão feita sobre o diafragma expulsa o ar dos pulmões, liberando as vias aéreas.
Curiosamente, Heimlich, que atualmente tem 89 anos, só teve que realizar a manobra uma vez, em um restaurante. “Virei e vi um homem engasgando, então fiz a manobra e continuei com meu almoço”, afirma.
Para quem tiver o azar de engasgar sozinho, a manobra tem que ser adaptada, como a médica Marilyn Dover fez quando se viu sem conseguir respirar. “Fiquei em pé, coloquei minhas mãos fechadas no topo do meu abdômen, e contrai meu peito para expelir o ar dos meus pulmões”. Depois de fazer isso, Dover conseguiu tirar o pedaço de comida que estava fazendo com que ela engasgasse.

O que fazer quando a criança engasga

Escrito para o Baby Center Brasil

Primeira coisa a fazer: avalie rápido a situação 

• Se o bebê não consegue chorar nem tossir, as vias aéreas podem estar fechadas, e você vai precisar ajudá-lo a voltar a respirar. Ele pode estar fazendo ruídos estranhos ou abrindo a boca sem emitir nenhum som. A pele pode começar a ficar muito vermelha, azulada ou arroxeada.

• Se o bebê estiver tossindo ou com ânsia de vômito, é boa notícia: as vias aéreas não estão totalmente bloqueadas. Deixe seu filho tossir. Tossir é o método mais eficaz de desimpedir as vias aéreas.

• Não tente retirar o objeto com suas mãos, a menos que você consiga vê-lo ao abrir a boca da criança.

• Caso o bebê não consiga se desengasgar, grite e peça ajuda a alguém para levá-los ao pronto-socorro, e comece a fazer as tentativas de desengasgo (ver abaixo). Se estiver sozinha em casa com o bebê, tente desengasgá-lo por dois minutos e então telefone para alguém para pedir ajuda.

• Se seu filho parece estar engasgado mas você não viu se ele colocou alguma coisa na boca, e ele não estava comendo, leve-o ao hospital imediatamente. Ele pode estar com uma reação alérgica a algum alimento ou uma picada de inseto, por exemplo, ou com alguma infecção, como a laringite

Segunda coisa a fazer: batidas nas costas e compressões no peito 


Se você acha que seu filho está mesmo com alguma coisa presa na garganta, sente-se e o coloque de barriga para baixo sobre suas coxas, com a cabeça voltada para os seus joelhos. Segure-o por baixo, mantendo o antebraço sob a barriga dele e usando sua mão para sustentar a cabeça e o pescoço. Deixe que a cabeça do bebê fique mais baixa que o resto do corpo. Com a outra mão, dê cinco tapas firmes, mas não com muita força, nas costas da criança, entre as omoplatas.

Em seguida, coloque essa mão livre na cabeça do bebê, com o antebraço sobre as costas dela, e vire-a devagar, ainda mantendo a cabeça mais baixa que o corpo, na mesma posição, no seu colo. Continue segurando, para dar início às compressões no peito.

Imagine uma linha ligando os dois mamilos do bebê e posicione dois ou três dedos, juntos, um pouco abaixo dessa linha, no centro do tórax dele. Faça uma pressão rápida, para que o peito afunde cerca de 2 cm, e deixe que ele volte à posição normal. Repita cinco vezes, sem movimentos muito bruscos.

Continue alternando os cinco tapas nas costas e as cinco pressões no peito até que o objeto seja eliminado, ou que o bebê comece a tossir. Se ele começar a tossir, deixe que ele elimine o objeto sozinho.

Se o bebê desmaiar, será necessário fazer respiração boca-a-boca. Coloque-o sobre uma superfície firme e incline a cabeça dele para trás, erguendo um pouco o queixo, para abrir as vias aéreas. Dependendo do tamanho do bebê e de quem faz a respiração, pode-se colocar a boca sobre o nariz e a boca do bebê ao mesmo tempo e soprar, ou então cobrir só a boca do bebê e tampar o nariz dele com as mãos.

Procure selar sua boca na dele para que o ar não escape, e sopre com vigor. O ideal é que você sinta o peito da criança inchar com o ar lançado para os pulmões dela. Deixe o peito voltar à posição normal e sopre de novo. Mesmo que o peito do bebê não se encha, continue fazendo a respiração.

Alterne duas respirações e 30 compressões rápidas no peito (ao ritmo de 100 compressões por minuto), com os dedos no centro do tórax, até chegar ao pronto-socorro ou conseguir ajuda especializada. Durante a operação, abra a boca do bebê para ver se consegue enxergar o objeto. Se conseguir, retire-o com os dedos.

Mesmo que o bebê se recupere completamente do episódio, leve-o ao médico no mesmo dia. 

Devo tomar cuidado com alguma coisa especial? 

Segundo os especialistas, os maiores causadores de episódios de engasgo são:
- Caroço de feijão, de arroz e pedaços de fruta, como maçã (mas isso não quer dizer que você não deva dar esses alimentos ao bebê -- apenas mantenha-se atenta enquanto ele come)
- Peças pequenas que se desprendem de brinquedos
- Bolinhas de gude
- Pilhas e baterias
- Tampas de caneta
- Moedas e botões
- Parafusos
- Balas 

Como desengasgar crianças maiores? 

Em crianças que já ficam em pé, a manobra é um pouco diferente:

- Mantenha a criança em pé e posicione-se atrás dela como se fosse abraçá-la pelas costas.
- Junte suas duas mãos, uma por cima da outra, abraçando a criança, e coloque-as na região logo acima do umbigo.
- Faça pressões rápidas na barriga para dentro e para cima, por seis a dez vezes.

Essa técnica também funciona para desengasgar adultos. 


sábado, 14 de janeiro de 2012

CURSO DE TECNICO DE ENFERMAGEM

-Legislação, ética e bioética;
- Instituição de saúde;
- Noçoes de anatomia e fisiologia;
- Assistência de Enfermagem na Saúde Coletiva da Comunidade.
-Microbiologia e Parasitologia
-Fundamentos Básicos para Exercício da Enfermagem
- Processos de internação;
- Primeiros Socorros;
- Assistência de Enfermagem no processo de administração de medicamentos(farmacologia);
- Assistência de Enfermagem nos Cuidados Gerais prestados ao paciente;
- Assitência de Enfermagem no Paciente clinico;
- Assistência de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico;
- Assistência de Enfermagem Materno Infantil;
- Assistência de Enfermagem em Saúde Mental;
- Assistência de Enfermagem ao Idoso.

Intervenções e Cuidados de Enfermagem em Situações Clínicas
Intervenções e Cuidados de Enfermagem em Situações Cirúrgicas
Intervenções e Cuidados de Enfermagem em Situações Críticas
Necessidades Nutricionais durante o Ciclo Vital

Farmacologia

A utilização de princípios ativos de vegetais e minerais, fundamento da farmacologia, é muito antiga. Os egípcios já recorriam a substâncias como o ópio, com função hipnótica, ou a beladona, como narcótico.
Farmacologia (do grego pharmakon, "medicamento" e logos, "estudo"), é o estudo das drogas, dos medicamentos e dos venenos, sob os aspectos de sua obtenção, preparação, ação e efeitos nos organismos vivos. Seu estudo e métodos de investigação se apóiam em outras ciências - matemática, física, química e biologia - e em muitos de seus ramos, como estatística, físico-química, biofísica, bioquímica, ecologia, genética, botânica, zoologia, patologia, anatomia e, principalmente, fisiologia - do homem, dos animais, dos vegetais e dos microrganismos.
Com um campo tão abrangente, a farmacologia comporta divisões e subdivisões. Seus ramos principais são: (1) farmácia, que trata da obtenção, preparação, conservação e padronização dos medicamentos; (2) farmacognosia, identificação dos princípios ativos naturais dos medicamentos de origem vegetal e animal; (3) toxicologia, que estuda os agentes tóxicos e venenos, seus efeitos e mecanismos de ação sobre os organismos vivos e desempenha papel importante no terreno médico-legal e na medicina do trabalho; (4) farmacodinâmica, estudo das ações, dos efeitos e do destino dos medicamentos no organismo vivo; (5) posologia, que estuda as doses dos medicamentos; (6) quimioterapia, utilização de agentes químicos no tratamento de doenças; e (7) terapêutica, que no sentido mais amplo é o emprego de diferentes técnicas no combate às doenças.

Histórico

O homem sempre procurou, com oferendas, sacrifícios e invocações, acalmar a ira das divindades e delas obter complacência, alívio e cura de seus males. Ao mesmo tempo, porém, tentou encontrar na natureza recursos para afastar as doenças e minorar ou anular seus efeitos maléficos. Receitas para o preparo de medicamentos aparecem numa placa de argila com cerca de cinco mil anos, encontrada em escavações realizadas na Suméria. É o documento farmacológico mais antigo que se conhece. O papiro de Ebers (de 1500 a.C.) contém uma lista de medicamentos, entre os quais alguns com propriedades reconhecidas na atualidade, como o ferro, usado para combater anemias. Também entre babilônios e assírios, chineses, indianos, povos incas e pré-incaicos era comum a utilização de plantas com fins curativos.
A medicina européia caracterizou-se, até o século XVI, por grande apego às doutrinas dos clássicos gregos, sobretudo as de Galeno, aceitas como absolutas por mais de um milênio. Galeno acreditava que a cura dependia da associação de muitos medicamentos, pois se supunha que as doenças atingiam sempre mais de um órgão ao mesmo tempo. O primeiro a combater o galenismo foi Paracelso, que no século XVI adotou novos medicamentos e preconizou o emprego do medicamento único, de acordo com a norma contraria contrariis curantur (os contrários se curam pelos contrários), contra a causa produtora da doença. Paracelso combateu também veementemente a escola árabe, principalmente representada na monumental obra sobre medicina de Avicena, Cânon, cujo quinto volume é inteiramente dedicado à farmacologia.
Embora o estudo da estrutura e das funções orgânicas evoluísse nos 300 anos seguintes, a terapêutica permaneceu mais como arte que como ciência. Em fins do século XVIII e início do século XIX, Samuel Hahnemann reagiu à imprecisão da farmacologia com a criação da escola homeopática, cuja doutrina se apóia no aforismo similia similibus curantur (semelhantes se curam pelos semelhantes).
Em 1803, o farmacêutico alemão Friedrich Wilhelm Sertürner conseguiu isolar a substância responsável pela ação hipno-analgésica do ópio (látex da papoula), à qual deu o nome de morfina. Foi o primeiro de uma longa série de princípios ativos isolados a partir de vegetais. O conceito de investigação sistemática da ação das drogas, porém, somente apareceu em 1850 com François Magendie. Foi grande, nesse sentido, a contribuição dos fisiologistas e químicos.
A utilização de medicamentos para aliviar sintomas e combater doenças, ao longo de todo o século XIX, continuou fundada principalmente na superstição, na magia e na religião. A base do arsenal terapêutico, de origem vegetal ainda era constituída de formas galênicas - tinturas, extratos etc. - de composição muito complexa e efeitos múltiplos. A farmacologia como ciência teve realmente início na segunda metade do século XIX, com dois pesquisadores alemães alunos de Magendie. Rudolph Buchheim instalou o primeiro laboratório de farmacologia experimental na Universidade de Dorpat. Oswald Schmeiderberg criou, na Universidade de Estrasburgo, o mais importante centro de pesquisa, difusão e sistematização da farmacologia experimental.
Merece destaque o trabalho de outro discípulo de Magendie, Claude Bernard, que relatou suas experiências com o curare, usado pelos indígenas da Amazônia para envenenar flechas. Seu contemporâneo Louis Pasteur, entre outras descobertas importantes, estabeleceu o conceito de doenças infecciosas transmissíveis e preparou vacinas preventivas e curativas. Com Pasteur e seus continuadores, a farmacologia ganhou medicamentos novos, capazes de produzir imunidade artificial.
A maior descoberta da farmacologia, senão da medicina, no século XX, foi a dos antibióticos, substâncias elaboradas por organismos vivos e utilizadas com o fim de destruir ou impedir o desenvolvimento de outros seres vivos de ação patogênica. Coube ao britânico Alexander Fleming, em 1928, fazer as primeiras observações que levariam à descoberta da penicilina. Atualmente, é grande a quantidade de antibióticos de eficácia comprovada, mas as pesquisas continuam, em função das situações novas que surgem. Inúmeras outras descobertas e sínteses vêm sendo feitas nesse campo. Imensamente enriquecida, a farmacologia atual constitui matéria básica e indispensável do currículo médico-científico.

Preparação de medicamentos

Todo processo de preparação, administração e eliminação de um medicamento deve considerar desde as perspectivas nutricionais e funcionais até as de higiene. Há medicamentos constituídos de substâncias que não são compostos químicos definidos (pomadas, loções, tinturas, extratos etc.) e outros com fórmula e estrutura químicas estabelecidas com precisão.
Os princípios ativos de um medicamento têm diferentes origens. Predominam, no entanto, entre as muitas substâncias utilizadas, as vegetais (alcalóides, glicosídeos etc.) e as elaboradas por microrganismos e fungos (antibióticos). Independentemente de sua origem, os diferentes processos de preparação e teste dos medicamentos têm uma série de etapas comuns. Inicialmente, isola-se um princípio ativo ou sintetiza-se uma molécula que possa exercer algum tipo de ação terapêutica. Em seguida, se procede à realização de uma série de testes de segurança para analisar possíveis ações tóxicas e efeitos colaterais nocivos, além de conseqüências negativas que a administração do medicamento possa acarretar ao feto em caso de gravidez. Todos esses exames constam da fase de experimentação em animais de laboratório e, uma vez confirmada sua inocuidade, segue-se uma segunda fase em pacientes, que constitui a disciplina conhecida como farmacologia clínica.
Uma vez introduzido no organismo, o medicamento atua interligando alguns átomos e moléculas que fazem parte de sua composição com células do corpo, denominadas receptoras. Como conseqüência da interligação, desencadeia-se um efeito curativo. O grau dessa ação é, então, quantificado com precisão, mediante análises e avaliações. Nesse contexto se enquadram os testes físicos, químicos, espectroscópicos e biológicos. Estes últimos se realizam pela comparação de níveis de atividade em cobaias (ratos, cobaias, coelhos, macacos etc.), microrganismos ou modelos experimentais artificiais. Concluídos os exames necessários, é possível relatar detalhadamente as características gerais, a posologia, os efeitos secundários e as contra-indicações (estados de enfermidade que tornam inadequado o tratamento adotado para combater outro processo patológico) de cada preparação farmacêutica.

Indução e mecanismo de ação

Um medicamento pode ser introduzido no organismo por via oral, forma mais freqüente e natural, por via anal ou vaginal, ou por simples aplicação cutânea (tópica). Quando essas formas de administração não se mostram adequadas, recorre-se à injeção, que pode ser intramuscular (feita na parte interna dos músculos), hipodérmica (quando o preparado é inoculado no tecido subcutâneo) e, conforme a situação, intravenosa, intradérmica, intracardíaca, intra-raquidiana etc.
Quando a introdução do medicamento ocorre com normalidade, registra-se sua absorção e passagem, por meio do sangue, ao órgão no qual deve exercer ação. Efetuada a ação terapêutica, os medicamentos são transformados, em geral no fígado, e, aumentando em grande medida seu coeficiente de solubilidade em água, são filtrados e eliminados pelos rins.

Saúde pública

No Ministério da Saúde do Brasil funciona o Departamento de Fiscalização de Medicina, Farmácia e Odontologia. A primeira atribuição desse departamento é editar e manter atualizado o códice farmacêutico oficial, a Farmacopéia brasileira, elaborado e revisado por uma comissão técnica composta de médicos, farmacêuticos, químicos e botânicos. Traz a relação dos medicamentos considerados oficiais, de seus processos de obtenção e preparação, dos padrões e métodos de identidade, de qualidade e de atividade das drogas (matérias-primas) que entram na composição dos medicamentos manipulados nas farmácias ou fabricados nas indústrias químico-farmacêuticas. Para exercer a fiscalização, existe o Laboratório Central de Controle de Drogas, Medicamentos e Alimentos (LCCDMA).
SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO
SISTEMA ESQUELÉTICO
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna, 1997.
Além de dar sustentação ao corpo, o esqueleto protege os órgãos internos e fornece pontos de apoio para a fixação dos músculos. Ele constitui-se de peças ósseas (ao todo 208 ossos no indivíduo adulto) e cartilaginosas articuladas, que formam um sistema de alavancas movimentadas pelos músculos.
O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes:
1-Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torácica.
2-Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas escápulas e clavículas; cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos membros (superiores ou anteriores e inferiores ou posteriores).
1-Esqueleto axial
1.1-Caixa craniana
Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital, esfenóide, nasal, lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar superior e mandíbula (maxilar inferior).
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna, 1997.
Observações:
Primeiro - no osso esfenóide existe uma depressão denominada de sela turca onde se encontra uma das menores e mais importantes glândulas do corpo humano - a hipófise, no centro geométrico do crânio. 
Segundo - Fontanela ou moleira é o nome dado à região alta e mediana, da cabeça da criança, que facilita a passagem da mesma no canal do parto; após o nascimento, será substituída por osso.
1.2-Coluna vertebral
É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se sobrepõem constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é dividida em regiões típicas que são: coluna cervical (região do pescoço), coluna torácica, coluna lombar, coluna sacral, coluna cocciciana (coccix).
1.3-Caixa torácica
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que são em número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem diretamente no esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades anteriores livres, não se fixando ao esterno).
2- Esqueleto apendicular
2-1- Membros e cinturas articulares
Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso do braço – úmero – articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço: rádio e ulna. O pulso constitui-se de ossos pequenos e maciços, os carpos. A palma da mão é formada pelos metacarpos e os dedos, pelas falanges.
Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa é o fêmur, o mais longo do corpo. No joelho, ele se articula com os dois ossos da perna: a tíbia e a fíbula. A região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular: a rótula. Ossos pequenos e maciços, chamados tarsos, formam o tornozelo. A planta do pé é constituída pelos metatarsos e os dedos dos pés (artelhos), pelas falanges.
Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o nome de cintura ou de cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou escapular (formada pela clavícula e pela escápula ou omoplata); a inferior se chama cintura pélvica, popularmente conhecida como bacia (constituída pelo sacro - osso volumoso resultante da fusão de cinco vértebras, por um par de ossos ilíacos e pelo cóccix, formado por quatro a seis vértebras rudimentares fundidas). A primeira sustenta o úmero e com ele todo o braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna.
 
Juntas e articulações
Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as do crânio, são fixas; nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas, denominadas articulações, os ossos são móveis e permitem ao esqueleto realizar movimentos.
Ligamentos
Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos, cordões resistentes constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão firmemente unidos às membranas que revestem os ossos.
Classificação dos ossos
Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em: 
A - Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a diáfise e cada epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido ósseo compacto, enquanto a epífise e a metáfise, por tecido ósseo esponjoso.  Exemplos: fêmur, úmero. 
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna, 1997, com adaptações
B- Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são encontrados nas mãos e nos pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos. 
C - Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseo compacto, tendo entre elas uma camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio, ossos da bacia, escápula.
Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma delicada membrana - o periósteo - responsável pelo crescimento em espessura do osso e também pela consolidação dos ossos após fraturas (calo ósseo). As superfícies articulares são revestidas por cartilagem. Entre as epífises e a diáfise encontra-se um disco ou placa de cartilagem nos ossos em crescimento, tal disco é chamado de disco metafisário (ou epifisário) e é responsável pelo crescimento longitudinal do osso. O interior dos ossos é preenchido pela medula óssea, que, em parte é amarela, funcionando como depósito de lipídeos, e, no restante, é vermelha e gelatinosa, constituindo o local de formação das células do sangue, ou seja, de hematopoiese. O tecido hemopoiético é popularmente conhecido por "tutano". As maiores quantidades de tecido hematopoético estão nos ossos da bacia e no esterno. Nos ossos longos, a medula óssea vermelha é encontrada principalmente nas epífises.
Diferenças entre os ossos do esqueleto masculino e feminino: